Escultura

Olafur Eliasson: Arte e Ciência

Project details

Artista

Olafur Eliasson

Anos

1993-2020

Category

Escultura

Olafur Eliasson, artista dinamarquês, desde sempre que dá especial atenção a fenómenos da natureza e deles se serve para passar a sua verdadeira mensagem. Acontece que natureza não é natureza, é também geometria e matemática, cor e reflexo, e daqui advém uma forte ramificação do trabalho de Olafur – a ciência. Muitos dos seus trabalhos começam com um desejo de reprodução natural que mais tarde transbordam para a ciência (de onde provém a constatação matemática) que se adaptará por fim à obra, como por exemplo a o Concert Hall and Conference Centre na Islândia que começou por ser o retrato da cristalização da rocha vulcânica em Reynisfjara, Islândia.

Harpa Reykjavik Concert Hall and Conference Centre, 2011

Uma das coisas que mais fascina este artista é a perspetiva e ilusão: de que modo podemos enganar o nosso cérebro e quão importante é a tomada de consciência do local onde nos encontramos face à peça? Numa das primeiras obras do artista, Beauty em 1993, um arco-íris só é visível dado um especial ângulo do recetor (conjugação: ângulo de visão, água e luz) o que faz com que duas pessoas que estejam em sítios diferentes da exposição possam ter diferentes apreciações da mesma. Este fenómeno atribui especial destaque ao recetor tendo em conta que é ele quem dita se existe ou não o ângulo, arco-íris e, por fim, a obra de arte. Noutras obras de Olafur podemos encontrar este carácter marcante da perspetiva, maioritamente pelo reflexo (uso frequente de espelhos com diferentes formas) e pela cor ou ausência da mesma. Em “Room for one color” (1997), uma luz monocromática amarela preenche a sala vazia e absorve todas as outras cores que nela surjam com o objectivo de focar a atenção do destinatário para ausência de cor e suscitar a dúvida acerca daquilo que tomamos como garantido.

Beauty, 1993

Assim, Olafur oferece-nos esta possiblidade de questionamento quase pirrónico, constante dúvida e desconfiança do que nos é apresentado ao ponto de questionarmos os nossos próprios olhos. E atento a esta problemática, é também o mesmo artista que nos traz provas da necessidade de reflexão, fazendo uso quer de elementos naturais quer da ciência.

Waterfall, 2016 – pretendia dar a ideia de movimento e passagem do tempo

Reality Projector, 2018 – pretendia criar um ambiente invulgar onde sombras se movimentam assumindo diferente cores e acompanhando um soundtrack gravado durante a construção de um piano

New York City Waterfalls, 2008 – pretendia ajudar na perceção da dimensão do que nos rodeia e de nós mesmos

The Weather Project, 2003 – elementos como a luz, o nevoeiro e o espelho ajudam a que a atmosfera se torne única e a sala pareça que tem o dobro do tamanho, tornando-a mais intensa ainda

 

Todas as imagens: https://www.olafureliasson.net

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